Reforma Tributária e o Consumo: Vai deixar produtos e serviços mais caros?

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Reforma Tributária e o Consumo: Vai deixar produtos e serviços mais caros?

A Reforma Tributária de 2025 é a maior mudança no sistema de impostos brasileiro em mais de 50 anos. A promessa oficial é simplificar a cobrança de tributos e reduzir a burocracia. Mas a pergunta que todos fazem é: será que produtos e serviços vão ficar mais caros?

A resposta curta é: depende. Alguns setores podem sentir aumento imediato, outros podem ter alívio, e em vários casos o impacto será diferente para consumidores e empresas. Vamos entender isso em detalhes.

O que muda com a Reforma Tributária?

Hoje, quem consome no Brasil paga uma verdadeira “cascata de impostos”. ICMS, ISS, PIS e Cofins se acumulam em cada etapa da produção até chegar ao consumidor. Esse modelo gera distorções e, em muitos casos, aumenta o preço final de produtos e serviços.

Com a Reforma, esses tributos serão substituídos pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Ambos funcionarão no modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), em que cada empresa paga apenas sobre o valor que adiciona na cadeia.

Isso significa mais transparência para o consumidor, já que os impostos estarão destacados na nota, e mais previsibilidade para as empresas.

Produtos vão ficar mais caros?

Tudo indica que produtos industrializados e comercializados em larga escala podem ficar mais competitivos. Isso porque a cumulatividade de impostos será eliminada, evitando cobrança em cascata.

👉 Exemplo: uma fábrica de móveis hoje paga imposto sobre a compra de insumos, depois sobre a produção e novamente na venda. Com o novo sistema, o crédito de imposto pago em cada etapa poderá ser abatido, reduzindo o custo final.

Mas atenção: nem todos os produtos terão redução imediata. Setores que hoje contam com benefícios fiscais estaduais ou isenções podem perder essas vantagens, o que pode gerar aumento no preço final.

Serviços vão ficar mais caros?

O setor de serviços é o mais preocupado com a Reforma. Hoje, muitas atividades pagam alíquotas menores, como clínicas médicas, escolas, academias e prestadores autônomos. Com a unificação, a expectativa é que a carga tributária sobre serviços aumente.

👉 Exemplo: uma clínica de estética que paga atualmente alíquota reduzida no Simples Nacional pode passar a arcar com IBS e CBS em torno de 25% a 27%. Esse custo tende a ser repassado ao consumidor.

Ou seja, serviços utilizados no dia a dia podem sim ficar mais caros, especialmente aqueles que hoje têm tributação mais leve.

O impacto do Split Payment no consumo

O Split Payment, ou pagamento dividido, também vai influenciar. Ele faz com que parte do valor pago pelo consumidor vá direto para o governo, sem passar pelo caixa da empresa. Isso reduz a margem de manobra dos empresários e pode incentivar aumentos de preços como forma de compensação.

O que os consumidores podem esperar?

  • Produtos industrializados e de grande escala → tendência de estabilização ou até redução de preços.
  • Serviços (saúde, educação, estética, consultorias) → tendência de aumento, já que terão alíquotas maiores.
  • Setores que hoje contam com incentivos fiscais → podem sofrer ajustes para cima quando perderem os benefícios.
  • Transparência → consumidores verão claramente quanto de imposto estão pagando em cada compra.

Como os empresários podem se preparar?

  1. Revisar contratos e preços para repassar custos de forma planejada.
  2. Simular cenários de IBS e CBS no seu setor para antecipar aumentos ou reduções.
  3. Investir em eficiência → reduzir custos internos para evitar repassar tudo ao consumidor.
  4. Fazer planejamento tributário para aproveitar créditos e regimes especiais.

Conclusão: consumo vai pesar mais no bolso?

A Reforma Tributária não é uma fórmula mágica. Para o consumidor, alguns produtos podem ficar mais acessíveis, mas serviços devem sim ter aumento de preço. Para os empresários, a chave está em se antecipar, ajustar margens e usar planejamento tributário como arma competitiva.

O que está claro é que, no Brasil, não vence quem paga mais imposto, mas quem sabe usar a lei a seu favor. A Reforma é inevitável, mas a forma como ela impacta sua vida e sua empresa depende de como você se prepara.

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